domingo, 8 de junho de 2014



Nada disso é para fazer algum sentido ou dizer alguma coisa: 





Você já deve ter notado que não temos muito compromisso com datas para a publicação em nosso blog.  Na realidade, ainda estamos em construção. A coisa ainda está acontecendo. Deixamos tudo na lógica da Aleatoriedade e sua Matemática própria, da qual não temos conhecimento, mas que denominamos de acaso protetor. É um fazer livre de culpa. Muito diferente de nosso trabalho, prazos etc. Aqui é o lazer, estudo, pesquisa, artigos.
Pois bem, hoje partimos para um reflexão que foi acontecendo sozinha nas últimas semanas.:
Estava eu lendo “Odorico na cabeça” de Dias Gomes (1922-1999), que construiu personagens com engenho e crítica, os eternos brasileiros, que estão bastantes presentes em nosso cotidiano e até no espelho eu vejo uma delas.  Mas vamos ao contexto da história.
Nesse livro o prefeito inaugura um chafariz (Chafarótico) que teria sido dos tempos de Pedro I, o qual teria levado ali “uma certa dama” e se amaram. Conclusão disso tudo? As mulheres da cidade que beberam da famigerada fonte começaram a ter um comportamento duvidoso e a exacerbação da libido, agindo com uma histeria prodigiosa, culpado a pobrezinha da água que saía das esculturas.
·         O comportamento humano sempre busca culpar o sobrenatural por sua miséria, mas não nos rebelamos como Lúcifer, a maioria fica amiga para saciar os prazeres, mas louva a Deus só por política, para garantir alguma coisa no céu por se considerar “uma boa pessoa”. Hum... Uma eterna contradição sem nenhum sentido para mim.
·         O comportamento humano: esse amálgama de coisas boas-ruins-ruins-boas. Talvez o comportamento desses humanos – nós e nós, que seja toda a matéria-prima de toda literatura. O exercício literário é um desfazer eternos nós de nós mesmos.
Aí tudo bem, estou pensando e resolvendo escrever. Mas não levou  muito tempo apareceu a imagem da mais que notável cantora Björk no meu feed de notícias e bateu aquela saudade de ouvir a voz única. Comecei a ouvir algumas músicas e lembrei de uma intitulada Human behavior.
Pensando em todos esses estudos sobre o comportamento humano, cheguei a uma conclusão após voltar da exposição de Dalí no CCBB: 






Continua ou não...


C.S.A. 

terça-feira, 29 de abril de 2014



Invisível


Ghost writer (escritor fantasma) é uma expressão inglesa que se refere ao profissional especializado em prestar serviços de redação para pessoas com indisponibilidade de tempo para tal feito.

 

ghost recebe sua remuneração e desaparece depois, daí a designação – fantasma. Ou seja, a propriedade intelectual pertence à contratante. Assim, quem desfruta dos futuros rendimentos da obra é o próprio cliente. O trabalho é executado com sigilo e discrição.


A foto abaixo de Laura Williams expressa muito bem o objetivo de um profissional da área: refletir exatamente e - somente isso - a "imagem autoral" o nosso cliente. Por isso, antes, elaboramos um estudo sobre a forma como o cliente escreve com base em conceitos de Linguística/psicanálise e pura intuição também. 


Contacte-nos através do site: http://bureauliterario.wix.com/bureaulelconsultoria


INVISIBLE - L A U R A • W I L L I A M S


C.S.A.

quinta-feira, 27 de março de 2014

O que é literatura?




Não podemos definir esta ciência em tão poucas linha. Mas seguem umas noções básicas que aprendemos no início da graduação em Letras. Também são muito úteis aos estudantes de Ensino Médio, bem como aos vestibulandos!
Vamos lá? 

Literatura (do latim litteratura) S.f. 1. Arte de compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso. 2 conjunto de trabalhos literários de um país ou uma época. 3. Os homens de letras. 4. A vida literária. 5. A carteira de letras. 6. Conjunto de conhecimentos relativos às obras e aos autores literários: estudantes de literatura brasileira; manual de literatura portuguesa. 7. Qualquer dos usos estéticos da linguagem: literatura oral. 8. Fam. Irrealidade, ficção. 9. Bibliografia: literatura médica. 10. Conjunto de escritos de propaganda de produto industrial. (Novo dicionário Aurélio).

“A linguagem é o material da literatura,, tal como a pedra ou o bronze são da escultura, as tintas da pintura, os sons da música. Mas importa ter presente que a linguagem não é uma matéria meramente inerte como a pedra, mas já é em si própria uma criação do homem”. (WELLEK, René & WARREN, Austin. Teoria da Literatura. 3ª Ed. Lisboa, Publicações Europa América, 1976).

“Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra.” (Aristóteles).

“É com bons sentimentos que se faz literatura ruim.” (André Gide, escritor Francês do século XX).

“o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arte de combate.” (Jean-Paul Sartre, filósofo francês, século XX).

“A distinção entre literatura e as demais artes vai operar-se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a forma do Verbo.De que serve o homem de letras para realizar seu gênio inventivo? Não é, por natureza, nem por movimento co mo o dançarino, nem da linha como escultor ou o arquiteto, nem do som como o músico, nem da cor como o pintor. E sim – da palavra. (para produzir todos esses efeitos grifo nosso).A palavra é pois, o elemento material intrínseco do homem de letras para realizar sua natureza e alcançar seu objetivo artístico.” (Alceu Amoroso Lima). 

“(...) o real não pode ser entendido como algo externo ao fenômeno literário mas como algo imprescindível à literartura para que ela articule a sua própria literariedade (...) a literatura é uma forma de manifestação totalizadora do real, de tudo aquilo que é. Mas nós ficaremos a meio do caminho do entendimento se não precisarmos as noções de realidade. (...) a realidade é um dinamismo, é um possível, é um vir-a-ser. É até o “vraisemblabe”. Não apenas o meio físico, o visível, o fotografável. O real apreendido em todos os seus setores ou regiões é antes as  relações globais do homem com as coisas, na sua tensão constitutiva, no seu empenho nervoso de configuração estrutural (...) Nós não temos diretamente o real; temos  a estrutura propiciada pela linguagem, a que se denomina com as mais diversas terminologias.” (Eduardo Portela. Teoria da Comunicação Literária).

“Os novos acentos mostram de modo claro que as alternativas propostas no mercado teórico, ainda que não permitam homogeneização, favorecem o entendimento do fenômeno literário como convenção comunicativa e/ou ação social específica.” (Krieger Heidrun Olinto). 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Semiótica Literária: Brevíssimo resumo



      A semiótica, gosso modo, está situada na critica, por esta razão tem de haver um cânon.
      Os critérios para uma crítica literária serão analisados através de varias instâncias como as que surgiram no século XIX:  como a psicanálise, o determinismo, a crítica formalista e a semiologia. 

      Realidade objetiva: é a reestruturada naquilo que acreditamos ser real, de acordo com a relação do homem com o mundo. Um exemplo disso é a personagem Iracema que vai transfigurar a realidade objetiva do colonizador, o qual corrompendo a sua cultura ancestral. Ou seja, a Literatura trabalha no mais profundo que o dia a dia.

Observe a fala de Roland Barthes:

      Entendo por literatura não um corpo ou uma sequência de obras, nem mesmo um setor de comércio ou de ensino, mas o grafo complexo de uma prática: a prática de escrever. Nela viso portanto, essencialmente, o texto, isto é, o tecido dos significantes que constitui a obra, porque o texto é o próprio aflorar da língua, e porque é no interior da língua que a língua deve ser combatida, desviada: não pela mensagem que ela é instrumento, mas pelo jogo de palavras de que ela é teatro. Posso portanto dizer, indiferentemente: literatura, escritura ou texto. As forças de liberdade que residem na literatura não dependem da pessoa civil, do engajamento político do escritor, que, afinal, é apenas um “senhor” entre outros, nem mesmo do conteúdo doutrinal de sua obra, mas o trabalho de deslocamento que ela exerce sobre a língua. 

Atualmente temos uma nova crítica, a qual tem englobado em seu corpus todo tipo de fonte, inclusive as de internet. Bem como, tem observado como a tecnologia tem mudado nossa forma de fazer, até mesmo, Literatura - ideologicamente. Mas isso ficará para um outro post...

Relação entre imagem e texto



A ilustração/imagem pode ter três tipos de finalidades:

·         Coerência;
·         Convergência;
·         Desvio ou contradição.

A imagem para os textos de blogs na internet (ou em editoriais de revistas e livros) podem ter várias funções, tais como:

·         Representativa;
·         Descritiva;
·         Narrativa;
·         Simbólica;
·         Expressiva;
·         Estética;
·         Lúdica;
·         Conativa;
·         Metalinguística.

      Contudo, observe a imagem abaixo. Ao mesmo tempo que confirma a manchete que fala sobre o clima de "intranquilidade no Complexo da Maré", também expressa a separação entre a instituição (militares) e as pessoas (povo). Enfim, por vezes, podemos dizer que a fotografia (a imagem), o olhar da lente, pode ser um cronista da realidade. 



Sérgio Ramalho (O Globo)




Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/complexo-da-mare-vive-clima-de-intranquilidade-apos-anuncio-da-chegada-de-tropas-do-exercito-11969391#ixzz2wuk5LSgp
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sexta-feira, 21 de março de 2014

Uma cura para Gregor Samsa



                Surgia o senhor da noite com a sua casaca velha, mofada e cheia de buracos que escapavam a luz ancestral de estrelas mortas.
                Contemplava o céu Gregor Samsa. Já fazia um mês que a sua imagem contemplava a mesma condição dos seres de casco e patinhas finas. Vivia ignorado num quartinho, o qual sua irmã limpava diariamente. Dialogava sua tristeza com as estralas. Triste por ter sido visto por sua irmã, que chegara ao quartinho e observara a figura...
                Durante aquela noite ouviu passos firmes... Seu pai? Será? Olhava par ao quartinho escuro e sentia medo. Um vulto ia surgindo.
- Já morri a algum tempo. Existe um espírito maior de todos chamado tempo, o qual permite que os filósofos caminhem por uma infinita seara da metafísica. No tempo e no espaço. Mas eu a chamo de liberdade, assim como chamei a vida de: vontade.
                Gregor não compreendia metafísica, mas, de alguma forma, compreendia a fala do homem.
- Chamo-me Schopenhauer, e você, jovem Samsa... É, para mim, a representação mais curiosa da vontade. Permite-me estudá-lo. Não como um naturalista, mas como... Como eu mesmo.
                O medo percorria o corpo de Gregor, suas patinhas mexiam-se sem sua vontade, ele andava por todos os lados. Aquele homem descabelado, um espírito? Mas o que é mesmo um espírito para Gregor. Como animal ainda teria um? Perdia aos poucos a noção das coisas. O quarto girava e aquele homem o contemplava com curiosidade, na verdade tinha feições rígidas e muitas rugas, parecia que vivia zangado.
- Quando escrevi O mundo com vontade e representação não deixei de acrescentar a vontade como algo intrinsecamente ruim, ou seja, a vontade é causadora de todas as dores, por isso considero a vida um sofrimento, viver é sofrer... Gregor! O seu mundo fenomênico tornou-se algo curiosos para minha teoria, sua idiossincrasias o tornaram este ente... Este ser! Magnífico.
                Afinal, o que dizia esse homem descabelado, seu sorriso o tornava, curiosamente, mais emburrado.
- Sempre declarei, que Kant me desculpe... Ah! Como se eu fosse sujeito de pedir desculpas! A razão pura é impotente quando encontramos criaturas como essas...
                O jovem Samsa pensava triste no que havia ocorrido pela manhã, ainda pensava em seu aspecto grotesco.
- Preciso ir agora, mas voltarei. Em todo caso, use o lençol da cama para se esconder quando ela vier.
                O homem descabelado sumiu assim com apareceu. Os passos firmes agora se distanciavam.
                Seguindo o conselho do filósofo, Samsa levou quatro horas para se esconder no lençol para não assustar Grete.
                Sua irmã pareceu gostar da nova atitude, Gregor dominava melhor o corpo e se divertia andando pelas paredes que ficavam cheias de rastros.
                Certo dia sua mãe e irmã mudaram os móveis de luar, com isso, a visão de sua antiaga vida distanciava-se cada vez mais. Nesse dia sua mãe desmaiou após vê-lo. Seu pai o espancou e jogou uma maçã que ficou cravada em suas costas.
Somente naquele dia Schopenhauer voltou ao aposento dele:
- VONTADE DE VIDA!                   
                Como assim vontade de vida? Estava com uma dor insuportável e queriam eliminá-lo já que se tornou um fardo.
                Os meses se passaram, toda a sua família cuidava do sustento da casa que antes era tarefa de Gregor com sua profissão de caixeiro. A casa tinha inquilinos que complementavam o orçamento. Uma faxineira velha e viúva cuidava da limpeza do quarto de Samsa. Onde estava sua irmã?
Certo noite Gregor por horas ouviu Schopenhauer:
- A felicidade reside ou no futuro ou no passado, o presente é como uma nuvem negra tampando o sol.
                Onde estaria a felicidade de Gregor?  No passado? No futuro? Que futuro teria o animal que deixa rastros pela parede?
- A desilusão desperta a convicção que nada em nosso laborar é digno de valor, que todos os bens são nulos, que o mundo em todas as partes entra em bancarrota e a vida é um negócio que cobre os seus custos – de modo que nossa vontade pode operar uma viragem. Diga-me, jovem, será que você era?
                Era? Feliz? Era feliz? Era miragem... Era amado? Era amado quando era. Quando não era inseto.
- O puro sujeito do conhecimento é destituído de vontade. O suicídio é a forma de destituição arbitrária de um fenômeno individual, você se suicidou a medida que destituiu-se do seu fenômeno individual e o tornou coletivo... Sabe, até os próximos séculos muitos interpretam mal minha posição em relação ao suicídio. O mesmo é, na verdade, o fenômeno coletivo de vontade dessa sociedade. E o indivíduo? Onde está? Tornou-se nulo, logo está morto. Mas você, apenas não se tornou o “puro sujeito”, tornou-se esta admirável criatura.
                Gregor se sentia bem ouvindo o filósofo. Era o único que ainda lhe dava atenção.
- Que é isto? Ouço um violino...
Era a irmã de Gregor que tocava tão bem...
- Adoro música – a maior expressão de vontade – completou – Sentimo-nos vingados pelo mundo heroico! – Você precisa escutar As Valquírias, meu caro!!
                Os olhos do filósofo vibraram numa contemplação ascética.  Gregor teria mandado a Irmã para o conservatório se não fosse... Não. Se ele ainda fosse.
                Foi em direção à música.  À quintessência da melodia. Suas patas faziam barulho.
Um dos homens viu a criatura e apontou na direção dele.
O violino parou.
O pai de Gregor tentou escondê-lo.
Houve agitação.
Gregor foi para seu quarto...
Seu pai estava furioso...
Gregor estava muito cansado.

·          

                Gregor abriu os olhos. Era de manhã. Schopenhauer sorriu do seu jeito.
- Levante-se, meu caro!
                Vários homens se aproximaram de Gregor e o cumprimentaram. Tinham roupas e aparências muito diferentes. Estavam numa seara dourada de trigo.

- Meu jovem, este é mundo numênico.
               
C.S.A. Linhares (direitos reservados)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014


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